Acordo. A cama vazia ao meu lado, parecem vales devastados pela tua ausência. Abraço a tua ausência do teu corpo, ainda sinto o calor da tua pele nos lençóis enrugados. O teu aroma ainda repousa sobre eles como um fino manto de pétalas de rosa invisíveis. Fecho os olhos, peço um pouco de tempo. A minha mente foge de mim. O tempo espalha-se e volto á noite anterior, no exacto momento que os nossos olhos se apaixonaram, os lábios partilharam o néctar da paixão e as mãos viajaram pelos corpos. Ainda sinto as pulsações dos nossos corpos a baterem um contra o outro sem conseguirem se soltar. Olho-te nos olhos, simplesmente não consigo parar de olhar-te, o meu coração está cheio de sorrisos e o meu sorriso de alegria, quase sinto a felicidade escorrer-me pelos poros. Esperei por ti tanto tempo. Demasiado tempo. Deste-me a tua mão como se me conhecesses de todo o sempre e eu segui-te como se tivesses nascido para mim. Corremos ruas e corredores sem destino. Chegamos a um jardim, coberto de camélias e um relva verde sem fim, passaste-me a mão pelo cabelo e sorriste. Atiraste-me para a relva sem permissão, e entre sorrisos beijámo-nos sem tempo. Aliás o tempo deixou de existir quando me deste o teu sorriso. Era o mais perfeito juntar de branco e vermelho, vermelho que te vestia os lábios. O teu rosto, redondo, coberto de uma suavidade que faria inveja á mais bela flor, olhavas-me com os olhos cheios de malícia inocente de quem sabe o que quer mas tem vergonha de pedir. O cabelo espalhado ao vento quente daquela noite de verão, dá-me vontade de o agarrar e despertar em mim o mais louco amante. Beijamo-nos longamente, mordiscas-me a ponta dos lábios. Dás o início da corrida pelos nossos corpos, o jardim deserto é a nossa pista. Desapertas-me a camisa lentamente, vais passando as mãos pelo meu peito e eu vejo-te, observo o teu corpo mexer-se como uma sereia pronta para me levar ao fundo do mar puxas-me o cinto. Afias as tuas unhas pelo meu peito abaixo enquanto me levas a viajar pelo prazer da tua língua. Por instantes sou teu, completamente teu, sem reservas, sem jogos de sedução. Simplesmente teu, és a minha rainha e eu o teu cavaleiro. Acabas a tua viagem, regresso da minha cruzada. Solto-te do vestido que te limitava as curvas, o teu corpo esculpido de um sonho que nunca tinha sonhado forma-se á minha frente, rosado, suave e excitado. E eu agarro-te com a fome de quem não sente a comida na boa á demasiado tempo e mordo-te suavemente, sinto-te deixar ir… entrar no mundo onde impera apenas a leveza do sentir. Sentir a alma nascer, incendiar-se e transformar-se na mais pura sensação de prazer. Paro. O teu corpo continua a contorcer-se, mas abres os olhos, sinto neles uma vontade de me bateres… Não querias que parasse, o teu olhar quase inocente transforma-se num autoritário não pares… Paro. Olho-te nos olhos até sentir que não consegues esconder mais desejo dentro de ti. Escondo-me em ti, procuro novas maneiras de te sentir perder no prazer que te dou. A relva molhada pelos aspersores, faz-nos arrefecer e evaporar a água que nos toca. Os corpos quase incendiados de prazer tocam-se, buscam-se. Mordem-se. Até á última dentada no prazer. Guloso, levo-te para casa, o sorriso estampado no teu rosto, quero-o levar para a cama e acordar com ele. Deito-te, admiro o teu sono, suave e calmo, tão diferente dos compassos de há poucos minutos. Deito-me ao teu lado, no cimo das montanhas mais floridas que já vi. Hoje não me deitei e sonhei, hoje sonhei e só depois é que me deitei… “Bragi de Idun”
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