Veneza, Alguèm quer vir?

Veneza…
ruas desertas no meio de noites frias
Ruas onde a arte seduz com a intensidade de um corpo
Onde um espumante gelado contrasta com um vinho aquecido
Onde desconhecidos usam mascara no rosto
mascaram a sua alma e com isso ganham liberdade
Cidade que protege quem ousa viver a vida que sempre sonhou,uma vida por poucos momentos é certo, talvez dias….mas são dias de epifania
Usam Mascara
Essa mascara redentora, que nos permite fazer paz com os nossos desejos mais íntimos.
E então na nossa intimidade louca, obscena, verdadeira, amamos Veneza como se fosse um corpo e a cidade responde, dá vida à arte.
As estátuas que amei de dia ganham forma de jovens universitárias que possuo num qualquer beco perto da ponte do rialto.
As grandes pinturas nos murais da igreja invadem a praça de São Marco na forma de um grupo de turistas, americanos, alemães, russos, todos bem regados por agua benta em demonstrações de afecto inspiradas numa maravilhosa incitação a orgias com origens bíblicas “Amem-se uns aos outros como eu vos amei”
No Ghetto Judeu o corpo de uma mulher alemã forte como as colunas de Hercules é possuída por dois jovens árabes que embalados ao ritmo dos canais a conduziam, a avaliar pelos gemidos, ao reino dos céus,
Japonesas em grupo à porta do Teatro “la fenice” esperavam ser transformadas em Geishas por um qualquer mafioso italiano
Enquanto isso eu seguia a tua voz perdida, o teu canto de sereia, corria entre corpos despidos e vozes roucas, passei canais que conduziam ás trevas , saltei por gondolas de gordos que conduziam virgens e na ponte dos suspiros suspirei por fim,
Suspirei por poder tirar a mascara finalmente,
suspirei porque escolhi fazer do meu rosto a verdadeira mascara do prazer.

Em breve volto a Veneza, alguém quer vir?

Giacomo Casanova do Bairro Alto

 

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A falta de Amor é a maior das pobrezas
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