Penso-te

A lua. As estrelas. A música. As primeiras flores que nascem em árvores que ontem pareciam mortas. Tudo me lembra de ti. Tu, ou pelo menos o que sinto quando te penso, és vida em mim. Não te assustes com estas palavras, mas nestes dias cinzentos, sentir-te é um raio de luz.
Sinto-te menina que corre pelos campos a apanhar flores e a observar borboletas. Uma adolescente curiosa com o mundo com a rodeia, com o seu corpo e que quer descobrir o meu.
Vejo-te mulher, sentada em cima de mim, neste banco de jardim onde restou a escrever. Os pássaros cantam e parecem concordar comigo.
Sinto-te mãe, deitada na relva com a cabeça nas minhas pernas a ler um livro enquanto os miúdos correm livres pelo campos a perseguir os veados.
Vejo-te deusa que dança ao por do sol com um copo de vinho na mão ao som do meu trompete.
Sinto-te anjo enquanto les a história da boa noite aos miúdos. E sinto-te minha quando os vejo adormecer, minutos antes de nós entregarmos ao prazer.

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Conversas da casa de banho

Ela: Acho que é normal os homens se masturbarem, mas nas mulheres não é assim.

Ele: disparate. A masturbação é natural, permite conhecer melhor o teu corpo, os teus ritmos. Tens é que o fazer sem o peso mental que continua a dizer que masturbar é errado. Que só se faz porque não se tem companheira/o , não é assim, eu masturbo-me porque gosto e tenho trazer.

Ela: nem pensar. Eu não acho normal uma mulher se masturbar.

Ele: entra na banheira e masturba-te para mim. Quero te ver.

Ela: não.. já sabes que não gosto disso.

Ele: também não gostavas do vibrador telecomandando no restaurante e no fim violaste-me na casa de banho antes de chegar a sobremesa.

Entrou na banheira e começou a tocar-se

Ele deixou de fazer a barba e começou a masturbar-se em pé.

Ela: agora vais ficar aí á espera enquanto brinco comigo, afinal tinhas razão…

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Amor maior

Amo uma amiga há imensos anos, acho que a comecei a amar nas cavaquinhas mas só nas noites lisboetas do Queens é que soube que era amor. Era amor platónico. È amor platónico. Vai continuar a ser amor platónico. Porquê ambos temos uma visão diferente da vida, boémios e Santos, livres e comprometidos. Amantes da genuinidade. Loucos com razão. Gostamos de música, álcool e sexo ( infelizmente não um com o outro mas também nunca experimentámos). Gostamos de gatos e de conversar sobre o infinitos. Gostamos de dançar e de rir, de vinho rasca e champagne chique. Gostamos do mundo e de nós. Gostamos de pensadores e odiamos bajuladores. Ela é gata e eu modéstia á parte também, entre nós teria tudo para correr bem: e corre mas não digam nada a ninguém, não avisem as pessoas que se pode amar sem ser amantes, que se pode ter uma ligação sem fornicação e que se pode ter cumplicidade sem ter de partilhar a intimidade.
Beijo, um brinde a nós.

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A verdadeira filosofia

Acordo, vou á casa de banho e penso. Penso e logo existo como dizia o outro mas se não pensasse cagava na mesma e continuava a existir. Acho que é essa a verdadeira filosofia, cagar para os que existem só porque pensam e lidar só com quem pensa mas que também fez merda. Penso logo existo, cago logo faço merda, a merda é erro, o erro é real e logo existo duas vezes. Pode-se afirmar portanto que as pessoas que erram existem duas vezes e se existem duas vezes são mais reais. Saiam com pessoas que erram, que se enganam, que não pensam de saber tudo, gente que faz coisas boas mas que também faz merda. Gente verdadeira.
Façam merda e tenham um bom dia.



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Irmão mais velho

Ser irmão mais velho é algo de difícil. É ter de abdicar do seu reino e exclusividade para dividir atenção com uma perfeita desconhecida, no meu caso três. Chegam, uma de cada vez e roubam-te a cama, o quarto, os brinquedos, as roupas e até a atenção dos teus pais. Crescendo essas desconhecidas começam a ser parte da tua família, pessoas que amas e gostas de amar, mas nem por isso as coisas melhoram com a adolescência. Roubam-te o tempo , tens que as levar ao parque , á praia , a passear, ao cinema, tens que mudar fraldas, dar comida, têm que sair contigo quando vais ter com os teus amigos, obrigam-te a ver mil vezes os mesmos desenhos animados, algumas , e não vou dizer nomes, até só adormecem no teu peito e tens que ficar horas imóvel para que a pequena ditadora possa dormir tranquila. O tempo que sobra depois de fazeres isto tudo é o tempo que tens para ti. Passada a infância e a adolescência pensas que finalmente te vais ver livre delas mas não, ser o irmão mais velho é um trabalho a tempo inteiro, tens que estar lá numa separação, numa mudança de emprego, numa mudança de vida, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. É como um casamento sem padre e sem opção de divórcio. Com três irmãs é como estar sempre num estado de alerta e com um grão de prontidão elevado. Estás sempre disponível, não há outra opção e sinceramente nem há outra vontade. Estou lá. Estão lá. É assim.

Mas a coisa mais difícil de ser o irmãos mais velho é que tens todas as responsabilidades que te falei e mais algumas, brincar e educar, mas não tens a autoridade de um pai ou mãe. Não podes ser um ditador, não as podes meter de castigo nem proibir de nada. Tens que desenvolver a arte da diplomacia, da empatia, de liderar ou ensinar pelo exemplo. Tens que ser humilde para saber que às vezes são elas que têm razão e aprender com isso, mesmo que sejam mais novas e tenho aprendido muito, muito mesmo. Três irmãs, três relações diferentes, três pessoas diferentes, três mundo únicos, cada uma com o seu feitio, com as suas histórias, os seus problemas e eu com os meus. Passar por tudo isto com três pessoas diferentes, três irmãs diferentes foi um dar e receber e a maior prenda que a vida me deu por ser o irmão mais velho foi ter-me ensinado a ser um bom pai.

Ao ter o poder de um ditador com a minha filha, decidi seguir com ela a relação de educação que aprendi com as minhas irmãs, ensinar mas ouvir, explicar sem ordenar, passar tempo juntos a rir, a passear a ver filmes. Aprendi a incentivar a minha filha a mudar o que está mal, a escolher o que ela pensar ser melhor para a sua vida. Aprendi a respeitar as suas escolhas mesmo se nem sempre as compreendo ou partilho da mesma opinião. O maior ensinamento que as minhas irmãs me deram foi que cada pessoa é um universo independente e que é inútil querer que sejam diferentes. Obrigado por me terem ensinado tanto, estou aqui, sempre. Amo-as.

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Dar mais beijos

Dar mais beijos,
mais abraços.
Sorrir mais,
chorar também faz bem.
Dizer gosto de ti,
gostava de te ter aqui
de estar perto de ti,
porque tenho saudade
da nossa cumplicidade
da intimidade.
Dizer que me fazes feliz
que gosto de ti quando ris.
Encher os olhos com paixão,
desejar o teu corpo com tesão.
Dar mais carinho,
colinho, abracinho e ser fofinho.
E no meio desse conforto
como marinheiro que chega ao porto
dar umas quecas ou fodas,
sem ligar nenhuma a essas novas modas,
das 50 sombras, chicotes e correntes,
só nos os dois e os corpos quentes.
Finalmente paz
e a calma que me dás.
Dar tranquilidade
dar sobretudo mais verdade.
Tentar dar pouca dor
e muito, muito mais amor.

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Odeio borboletas

Borboletas: adoro-as na natureza, odeio-as no estômago. Talvez porque comigo é tudo ao contrário, talvez porque as borboletas se enganem sempre de estômago e em vez de invadir o meu colonizam a pessoa com que saio. Odeio-as, odeio borboletas. A mania que têm de deixar o casulo e ganhar asas quando estão no corpo alheio contrasta com a larvas eternas que ficam no meu. É horrível viver assim, sabendo que se apaixonam por ti e que tu, mesmo que queiras vais ser incapaz de corresponder. Já sei que mais uma boa pessoa vai sair magoada, preferia ser eu. Mesmo se digo desde o início que não sinto amor ou paixão, mesmo se gosto de passar tempo a falar e passear e se tenho tesão. Dizem que sentem o mesmo, mas sei que não, que não é assim, que estão completamente comprometidas com a relação mesmo se não existe nenhuma.
Borboletas, odeio-as.



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Não é sobre ser perfeito

Não é sobre ser perfeito, é sobre melhorar. Não é sobre ser bonito é sobre ser verdadeiro. Alinhar a tua cabeça com as tuas vontades. Ignorar a opinião alheia, as modas e tendências. È não se deixar contaminar, ou influenciar como agora dizem. Não me considero louco, nem anti social ou psicopata, talvez o seja, mas não me preocupo muito com isso. Seja o que for que vive dentro de mim, tem um nome, chama-se eu. E eu sempre vivi bem comigo, talvez porque desde cedo comecei a tratar e curar as minhas próprias feridas, sozinho, sem ninguém a ajudar ou a explicar como se faz. Um homem que se cura sozinho é um homem perigoso porque perde o medo de se ferir de novo. Abraço a vida como ela vem, não penso muito nela, vivo-a e se cair de novo que se foda. Amanhã levanto-te. Podia ser hoje, mas hoje fico no chão, com a minha garrafa na mão a ver o mar e a festejar, como um louco ou um psicopata, mas acho que assim até a vida vai começar a duvidar se alguma vez me vai conseguir quebrar.

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Noites francesas

Confesso que ao início não me interessava. Quando a conheci num grupo de amigos era demasiado pudica, sempre tapada, friorenta, mente fechada, antiquada. Com aquela mania que odeio que acha normal as mulheres servirem os homens e que deve existir uma diferença na educação dos miúdo e das miúdas. Que as adolescentes devem ser mais reservadas e ter menos liberdade que os adolescentes. Idiotice. E o pior é que o mundo está cheio de gente assim. Não me excitava minimamente nem a conversa nem o corpo e nem o facto de estar sempre a fumar, mas a vida tem mais imaginação que nós e então por mil voltas do destino acabamos a falar sozinhos e a beber café na sua casa. Palavra puxa palavra, café puxa beijo, beijo puxa o teu corpo, bom vocês sabem como funcionam estas coisas, é como uma bola de neve, quando demos por nós estávamos na cama. O sexo, se nos entregarmos á intimidade acaba por revelar muito sobre nós. O ser pudica por exemplo é uma dualidade, não gostava de ser vista nua e no entanto adora quando paro a olhar para as linhas do seus corpo e as sombras que a tímida luz que entra pela janela desenha na sua pele. Adora que a olhe enquanto me cavalga mesmo se baixa o olhar após poucos segundos. Abraça-me cheia de vontade enquanto estou dentro dela, Deus quanto adoro aquele abraço, não se preocupa minimamente em servir- me, serve-se e repete a dose sempre que tem vontade. É pequenina e eu gigante mas dá -me a volta e contorna-me como uma serpente no paraíso. Apertada, molhada, apaixonada, não se importa se demoro demasiado para vir e na maior parte das vezes acabo por nem conseguir. Melhor assim, melhor para mim. E continua a cavalgar enquanto me diz que vai ser duro acordar depois de uma noite assim.

Confesso que não estava interessado e que provavelmente não vai durar, mas para já, estou a adorar.

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A beleza é uma maldição.

A beleza é uma maldição,
No trabalho abre portas que se fecham logo em seguida se não abrires as pernas.
No Amor faz despertar desejos indesejados e que quando não são correspondidos transformam-se rapidamente em inveja e ódio. 
No dia a dia admiram-te por seres bela, metem-te num pedestal, mas se um dia tiveres menos sorridente, menos simpática passas a ser uma arrogante, uma convencida, uma tipa com a mania que é boa.

Nós homens é igual, a beleza também é uma maldição para nós.

Primeiro porque pensam que todo o mundo cai aos teus pés.

Na amizade as mulheres dos teus amigos, no melhor dos casos odeiam-te, pois temem que os desvies da estrada certa (como se precisassem de ajuda para as encornar), no pior dos casos esse odio das mulheres dos amigos torna-se amor e querem encornar o marido contigo. Um teu amigo.

Sim a beleza é uma maldição,
mas prefiro ser um amaldiçoado belo do que um abençoado feio.

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